Em Maricá, tomates gourmet encontram terreno fértil e abrem caminho para mais empregos
Produção de alimentos mais saudáveis, sem insumos químicos e com alto valor de mercado fazem da plantação de tomate gourmet um sucesso em Maricá. Cultivados em estufas na Fazenda Pública Joaquín Piñero, no Espraiado, centenas de pés de trinta e cinco variedades de tomates de diversos sabores, cores e texturas crescem de forma saudável e sem agrotóxicos.
A tecnologia usada obedece a normas de cultivo orgânico e agroecológicos. A intenção é difundir a cultura e desenvolver a economia, gerando renda aos agricultores da cidade.
É com êxito que o Inova Agroecologia Maricá – parceria da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) – está na reta final da primeira fase do projeto, que completa dois anos de ocupação no município.
Neste período, têm sido disseminadas ações práticas agroecológicas para economia solidária, políticas públicas, saúde, turismo e assistência técnica e extensão rural.
Para o presidente da Biotec, Eduardo Brito, o resultado do projeto provou que é possível produzir tomate em Maricá: “Tivemos êxito e uma excelente produtividade. No segundo momento, queremos implantar uma política para que os agricultores plantem, colham e comercializem tudo isso que está sendo produzido por meio do Inova, para diversificar a economia da cidade”.
Segundo o professor da UFRRJ e engenheiro agrônomo João Araújo, o objetivo é produzir tecnologia sustentável e de valor econômico com características de interesse do consumidor que gerem renda alternativa, conquistando o mercado com a produção orgânica para o município.
“O solo fértil de Maricá recebeu nossos tomates de braços abertos. Trouxemos uma diversidade genética muito grande de tomates para potencializar o cultivo e o setor gastronômico da cidade”, afirma o professor.
“É a recuperação de genótipos que foram esquecidos comercialmente ao longo do tempo pelo mercado, que se direcionou para um único grupo, dos chamados ‘longa vida’. Temos desde o tradicional italiano os mais novos, que são os grupos sweet grape, muito utilizados para petiscos. Além desses, também temos o padrão salada, que tem uma diversidade muito grande”, acrescenta.
Ainda segundo ele, trata-se de “uma mudança completa de paradigmas. A criação em estufa com as telas do cultivo protegido impede a entrada de mariposas no local. Por consequência, temos menos orvalho (água livre) sobre as plantas e menos riscos à doenças causadas por fungos”, finaliza.
Entre os grupos de tomates produzidos, estão o industrial, para extrato de tomate; o de salada, com padrões maiores; e o sweet grape, que com sabor leve, adocicado, com baixa acidez e consistência macia, são ideais para incrementar saladas e petiscos. Os do tipo “Dedinho misto”, crescem em formato de cacho de uva. O ideal é que cresça em média dez cachos por colheita, número já ultrapassado nesta primeira colheita, o que mostra que a planta teve um bom desenvolvimento.