Operação Contenção é considerada a mais letal dos últimos anos
A Operação Contenção, realizada desde a manhã desta terça-feira (28), nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, deixa pelo menos 64 mortos, sendo 60 civis e quatro militares, e é considerada a chacina mais letal dos últimos anos, de acordo com Instituto Fogo Cruzado. A operação supera a realizada em 2021, no Jacarezinho, que deixou 27 civis mortos. 

O número de mortos nesta operação representa cerca de um quinto de todos os mortos em ações policiais realizadas em 2025, que totalizam 353. De acordo com os dados levantados pelo instituto até o momento, a operação deixou ainda 11 civis e oito policiais feridos. Três pessoas foram atingidas por balas perdidas.
Notícias relacionadas:
- Operação no Rio é a maior em 15 anos e a mais letal no estado.
- Prefeito do Rio apoia operação policial contra o Comando Vermelho.
- Alerj cobra explicação sobre operação que deixou 64 mortos no Rio.
Nos últimos anos, segundo o Instituto Fogo Cruzado, as chacinas mais letais no Rio de Janeiro, foram:
28 de outubro de 2025: Complexos da Penha e do Alemão, com 60 civis mortos
6 de maio de 2021: Jacarezinho, com 27 civis mortos
24 de maio de 2022: Complexo da Penha, com 23 mortos
21 de julho de 2022: Complexo do Alemão, com 16 mortos
23 de março de 2023: Salgueiro, com 13 mortos
De acordo com o governo do estado, o Rio de Janeiro passa pela maior operação de segurança em 15 anos. Ao todo, 2,5 mil policiais civis e militares foram mobilizados em ações nos complexos do Alemão e da Penha. O objetivo é capturar lideranças criminosas e conter a expansão territorial do Comando Vermelho.
A operação, que causou medo na população, interrompeu serviços, fechou escolas e fechou vias da cidade foi criticada. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) informou, em nota, que acompanha “com extrema preocupação a escalada de violência provocada pela megaoperação”.
A comissão informou que vai oficiar o Ministério Público e as polícias Civil e Militar cobrando explicações sobre as circunstâncias da ação, “que transformou novamente as favelas do Rio em cenário de guerra e barbárie”.
