Jornalista do Washington Post se acidenta no RJ e elogia SUS após atendimento gratuito

Paraty (RJ), 5 de julho de 2025 — Um acidente simples, mas potencialmente perigoso, levou o jornalista Terrence McCoy, correspondente do The Washington Post no Brasil, a uma experiência inesperada com o Sistema Único de Saúde (SUS) que ele descreveu como “reveladora”. O episódio ocorreu durante um passeio com a família em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro.

Ao tentar fechar a parte traseira de seu carro, McCoy foi atingido pela tampa do porta-malas e sofreu um corte profundo na cabeça. Sangrando e um pouco desorientado, ele foi levado por moradores até um hospital público da cidade, onde foi prontamente atendido por médicos e enfermeiros da rede pública.

No hospital, o jornalista passou por exames de imagem, recebeu curativos, tomou pontos e foi acompanhado até sua recuperação. O que mais o impressionou? Todo o atendimento foi gratuito — mesmo ele sendo estrangeiro. “Ninguém me perguntou se eu tinha plano de saúde, se era cidadão brasileiro ou se poderia pagar”, disse ele.

Morando no Brasil há cerca de seis anos, McCoy escreveu um relato emocionado sobre a experiência, destacando as diferenças entre os sistemas de saúde do Brasil e dos Estados Unidos. “Nos Estados Unidos, minha primeira reação teria sido pensar na conta que chegaria depois. Aqui, fui cuidado como cidadão, não como cliente”, relatou.

Segundo o jornalista, o acidente serviu como uma lição sobre o valor de um sistema de saúde público e universal. Ele reconheceu os desafios enfrentados pelo SUS, como a superlotação e a falta de recursos em algumas unidades, mas disse que o princípio de atendimento igualitário para todos é algo raro e digno de reconhecimento.

A repercussão do relato foi imediata. Nas redes sociais, brasileiros se dividiram entre orgulho e críticas ao sistema. Muitos comemoraram o reconhecimento internacional de um serviço essencial que, apesar das falhas, salva vidas diariamente. Outros lembraram que a gratuidade vem do esforço coletivo e da alta carga tributária do país.

A experiência de McCoy reacende o debate sobre o papel do SUS no Brasil. Criado pela Constituição de 1988, o sistema atende mais de 70% da população brasileira e realiza bilhões de procedimentos por ano. Apesar de ser alvo frequente de críticas, sobretudo por parte daqueles que enfrentam filas e falta de estrutura, continua sendo um pilar da saúde pública no país.

“Não é perfeito. Mas é humano, acessível e, no fim das contas, eficaz”, concluiu o jornalista, que agora carrega não apenas um curativo na cabeça, mas uma nova visão sobre o país em que vive e trabalha.

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