Funcionários do Hospital Che Guevara Denunciam Fome e Retaliações

Funcionários Estão Sendo Tratados com Descaso
Maricá (RJ) — Em meio a repasses que vão de R$ 678 mil e até ultrapassam R$ 780 mil à empresa responsável pela alimentação dos funcionários do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, colaboradores denunciam uma grave crise na qualidade e quantidade das refeições oferecidas.
Segundo relatos, os lanches se resumem a pão com manteiga e café, sem qualquer opção de suco ou refresco.
Já as refeições principais, servidas pelo buffet da cozinha, estariam extremamente limitadas — em clara violação ao Termo de Referência (TR) do contrato firmado entre a gestora do hospital, a FAS (Francisco Antônio de Salles), e a empresa MEGA, responsável pelo serviço de alimentação.
“Comemos como se não valêssemos nada”
Funcionários que preferem não se identificar por medo de represálias afirmam que a situação é humilhante. “Tem dia que o almoço parece comida de presídio. É arroz, feijão e uma proteína mínima. Nada de salada, sobremesa ou variedade. E isso com um contrato milionário em vigor”, denuncia uma técnica de enfermagem.

O Termo de Referência do contrato, ao qual o jornal teve acesso, prevê refeições balanceadas, com variedade nutricional e respeito às necessidades dos profissionais que atuam em regime de plantão. No entanto, os relatos indicam que essas exigências estão sendo ignoradas.
Água imprópria e demissão por denunciar
Outro ponto alarmante envolve a qualidade da água fornecida aos colaboradores. Segundo fontes internas, houve episódios em que a água apresentava gosto e odor suspeitos. Um funcionário que teria liderado reivindicações por melhorias na água e na alimentação foi demitido em março deste ano. “Ele só queria que a gente tivesse comida decente e água saudável. Foi mandado embora por bater de frente com a direção”, afirma um servidor.

Contrato milionário, serviço precário
O contrato entre a FAS e a empresa MEGA prevê repasses mensais que passam R$ 780 mil, valor que deveria garantir alimentação adequada para todos os funcionários da unidade hospitalar. A discrepância entre o valor investido e a qualidade do serviço prestado levanta suspeitas sobre a fiscalização e a transparência na execução do contrato.

Ministério Público pode ser acionado
Diante das denúncias, servidores cogitam acionar o Ministério Público para investigar possíveis irregularidades. “Não é só uma questão de conforto, é dignidade. Estamos lidando com vidas todos os dias, e não temos sequer uma alimentação decente para manter nossa saúde e energia”, desabafa outro colaborador.
O que dizem os envolvidos?
O espaço segue aberto para manifestações.