O sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil — o PIX — deixou de ser uma exclusividade nacional. Cada vez mais presente em cidades como Paris, Miami e Buenos Aires, o PIX ganha espaço internacional por meio de parcerias entre fintechs brasileiras e comerciantes estrangeiros, que buscam atender a um público brasileiro crescente e economicamente expressivo.

🌎 Expansão internacional

A adoção do PIX fora do Brasil é feita por meio de empresas que oferecem soluções de conversão direta de valores, como:

• PagBrasil, que atua em lojas de cosméticos e perfumes em Paris;
• Braza Bank, com presença em Lisboa, oferecendo pagamento instantâneo em euros;
• Fiserv, operando em Buenos Aires com integração aos terminais Clover e PosNet;
• Lojas em Miami e Orlando, focadas em turistas brasileiros, já exibem QR Codes para PIX nos balcões.

Em Ciudad del Este, no Paraguai, o uso do PIX tornou-se um diferencial entre lojas de eletrônicos, que competem pela atenção de consumidores vindos do Brasil.

💱 Como funciona na prática

O cliente brasileiro escaneia o QR Code, faz o pagamento em reais pelo aplicativo do seu banco, e o valor é convertido automaticamente para a moeda local. O comerciante recebe o dinheiro quase instantaneamente, sem necessidade de cartão internacional ou conta bancária estrangeira.

Essa operação é facilitada por plataformas que atuam como intermediárias, cobrando uma taxa média de 3% e oferecendo câmbio competitivo, já com IOF embutido.

🎯 Benefícios para todos

Turistas se beneficiam da agilidade, economia e segurança do PIX: não precisam portar dinheiro estrangeiro, enfrentar taxas bancárias abusivas nem depender de cartões. Comerciantes, por sua vez, atraem um público fiel e crescente, oferecendo uma opção moderna e confiável de pagamento.

🌐 O Brasil à frente na corrida dos pagamentos digitais

Embora outros países tenham sistemas semelhantes — como FedNow (EUA), Faster Payments (Reino Unido), UPI (Índia) e SEPA Instant (União Europeia) — nenhum alcança a penetração e aceitação popular do PIX.

O projeto internacional Nexus, em andamento no Banco de Compensações Internacionais, que é uma espécie de banco central de todos os bancos centrais, busca integrar soluções como o PIX a sistemas de outros países, ampliando ainda mais sua utilização além das fronteiras brasileiras.

📊 Os números do PIX impressionam

• Mais de 168 milhões de usuários.
• 6,5 bilhões de transações por mês.
• Mais de R$ 2,5 trilhões movimentados mensalmente.

A força desses números estimula a demanda por sua aceitação internacional, especialmente em destinos turísticos.

🚧 Desafios e perspectivas

Apesar do avanço, o PIX ainda opera no exterior sem regulamentação oficial. A expansão depende de acordos privados e da pressão de consumidores e comerciantes. Ao mesmo tempo, países como os Estados Unidos observam com cautela o crescimento da solução brasileira, inclusive iniciando investigações comerciais sobre o setor de serviços digitais no Brasil.

O PIX internacional não é apenas uma solução prática para quem viaja, mas também um exemplo de como a inovação brasileira pode impactar o mercado global. Ao redefinir o conceito de dinheiro em trânsito, o Brasil exporta tecnologia com eficiência e estilo. O mundo começa a reconhecer: não se trata apenas de um sistema de pagamento, mas de uma nova forma de se relacionar com o consumo.