Celebração pelo centenário da antropóloga Berta Gleizer Ribeiro terá seminário no Museu Casa Darcy Ribeiro
Mulher e antropóloga no Brasil da metade do século XX, Berta Gleizer Ribeiro modernizou o estudo etnográfico, inserindo aspectos como sustentabilidade e preservação cultural, além de dar status de arte a objetos e adornos indígenas. Neste ano em que se comemora os 100 desde o nascimento da pesquisadora, o Museu Casa Darcy Ribeiro, em Maricá, realiza o Seminário Imagens do Futuro: Centenário Berta Ribeiro.
O encontro de artistas, pesquisadores, indígenas e outros representantes da comunidade acontece nos dias 18, 19 e 20 de outubro. O evento é gratuito, as inscrições podem ser feitas pela internet e os participantes receberão certificados. O Museu Casa Darcy Ribeiro é uma iniciativa da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar).
“Berta Ribeiro representa uma referência para resgatar a história da política indigenista e a antropologia brasileira. O conjunto documental e etnográfico reunido pela pesquisadora registra a trajetória dos povos indígenas no Brasil, com a sua cultura material e ênfase no artesanato e na arte plumária. Berta expandiu a dimensão do protagonismo dos povos originários no âmbito nacional e internacional, revitalizando seus valores e tradições”, explica Sady Bianchin, diretor de Economia Criativa e Sustentabilidade da Codemar.
O seminário faz parte do programa de pesquisa, formação e produção do Museu Casa Darcy Ribeiro, chamado de Laboratório de Fazimentos. A iniciativa convida artistas, pesquisadores e comunidades indígenas e não indígenas para uma profunda reflexão sobre a obra de Berta e seu legado. Painéis no sábado e no domingo pela manhã terão transmissão ao vivo pelas redes do museu.
Inovadora
O intuito do seminário é homenagear o trabalho e o legado de Berta, que ficou conhecida como a “antropóloga do futuro”. Isso por colocar em suas ações perspectivas que só ganhariam terreno muito tempo depois. Também elaborou ferramentas de metodologia que eram inovadoras para a classificação de acervos de cultura material. Esses métodos estão descritos em “Bases para uma Classificação dos Adornos Plumários dos Índios do Brasil”, publicado em 1957.
Inscrições
O Seminário Imagens do Futuro: Centenário Berta Ribeiro é gratuito mas requer inscrição que pode ser feita pelo site https://bit.ly/CentenárioBertaRibeiro. É preciso emitir um tíquete para cada dia de participação. Haverá transmissão pela internet. O Museu Casa Darcy Ribeiro fica na Rua Darcy Ribeiro 395, Cordeirinho, Maricá (Antiga Rua Cento e Dezenove).
Programação
18/10 (Sexta-Feira)
17h – Mesa de abertura: Berta Ribeiro, presente! com Elizabeth Brêa (Diretora Técnica da Fundação Darcy Ribeiro), Carolina Potiguara (Assessora Educacional da Secretaria Municipal de Educação de Maricá), Martinha Mendonça (Diretora da Escola Indígena Guarani Para Poty Nhe’ Ë Já), Sady Bianchin (Diretor de Economia Criativa e Sustentabilidade da CODEMAR) e Giulia Rodrigues (Coordenadora do Museu Casa Darcy Ribeiro e de Educação).
18h – Apresentação da DJ Cris Pantoja
19/10 (Sábado)
11h – Painel com transmissão ao vivo on-line: “‘Antes o Mundo Não Existia’: Cosmopolítica Indígena em Tempos de Crises” com Carlos Tukano (principal mentor indígena no planejamento da Aldeia Maracanã), Daiara Tukano (artista e ativista indígena) e mediação de Bianca França (Doutora em História, Política e Bens Culturais pela FGV).
14h30 – Oficina Sonora com Dauá Puri, contador de histórias, músico, escritor, compositor e arte educador.
17h – Cine Quintal com a exibição dos filmes: “Javyju”, direção de Carlos Eduardo Magalhães e “Para Berta, Com Amor” com roda de conversa com a diretora Bianca França.
20/10 (Domingo)
11h – Painel com transmissão ao vivo on-line “Cultura Indígena Contemporânea” com Eliane Potiguara (escritora, ativista e fundadora da Rede Grumin de Mulheres Indígenas), Larissa Alvarez (coordenadora do Latam Hub Patentes da Daniel Advogados e autora do artigo “Do manto tupinambá no Brasil e da proteção dos conhecimentos tradicionais”), Professora Juciene Tarairiú (Professora Associada da Universidade Federal de Campina Grande e do Programa de Pós-graduação em História da UFCG), e mediação de Cristiane Portela (professora do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais – MESPT UnB)
15h – Oficina de Confecção de Petynguas com Miguel Verá Mirim, cacique da Aldeia Mata Verde Bonita, multiartista e cineasta
17h – Oficina de Etnomídia Indígena: Comunicação e Resistência com Anápuàka Muniz Tupinambá Hã hã hãe da Rádio Yandê, 1ª mídia indígena do Brasil e empresa social de etnomídia indígena.