Fórum de Atenção Psicossocial reuniu profissionais para dialogar sobre avaliação em saúde mental
60 pessoas participaram do evento, qualificando o cuidado oferecido e a escuta aos usuários dos serviços

A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde, promoveu nesta quinta-feira (26/09) o Fórum de Atenção Psicossocial, que integrou profissionais que atuam na cidade, gestores e estudantes para debater sobre avaliação em saúde mental, seguindo as perspectivas, conceitos e vivências da área. O evento, que também simbolizou o Setembro Amarelo, mês de mobilização por esses cuidados, reuniu aproximadamente 60 pessoas no auditório da Faculdade de Ciências Médicas de Maricá (Facmar), no Flamengo, que puderam pensar sobre as práticas do cotidiano laboral, a importância de entender as dinâmicas sociais dos pacientes e a vinculação familiar.

Os momentos de diálogos foram marcados pela intersetorialidade, com falas de diversos profissionais que atuam na área, proporcionando sobre as funções e papéis de cada um na esfera da Atenção Psicossocial. Além disso, a mesa de debates ressaltou a importância da articulação dos trabalhadores de saúde mental com as equipes de saúde da família, os sentidos produzidos pelas dinâmicas observadas no território em que vive o usuário, e o impacto de um olhar atento aos processos de cada um.

Entre os palestrantes, estavam: Isabela Brito da Silva, psicóloga que atua no Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi) da cidade, João Cláudio Pontes Jacques, médico psiquiatra e parte das Equipes Multidisciplinares de Atenção Psicossocial (Emap) dos distritos 1 e 2, e Gabrielle de Lemos Mello Silva, enfermeira da Unidade de Saúde da Família (USF) São José 1. A mesa foi mediada por Maurício Mattos, da área técnica das equipes multiprofissionais do município, e também contou com a participação de agentes comunitários de saúde de Maricá.

João Cláudio Pontes, psiquiatra da Emap, reforçou que é essencial valorizar a prática profissional e as experiências, buscando qualificar o cuidado.

“A nossa própria prática, aplicando os conhecimentos científicos, é necessária para revistar conceitos e, assim, produzir novos. Uma prática baseada em conhecimentos tem o seu lugar, mas não se deve andar sozinha: temos que entender o território, as vivências, práticas, para que as intervenções que vamos fazer sejam efetivas. Antes da doença, é importante entender o sujeito, para aplicar os conhecimentos e cuidar daquela pessoa, produzindo acolhimento, cuidado e troca”, ressaltou o profissional.

Isabela Brito, psicóloga do Capsi, afirmou que escutar o paciente é um ponto focal, além de lembrar que o cuidado é elaborado coletivamente.

“Devemos seguir os princípios e diretrizes do SUS na nossa atuação, mas escutando e entendendo o que o usuário nos traz. O cuidado é construído por uma articulação intersetorial, que não deve se reduzir a um profissional apenas, pois o acolhimento passa por todos, identificando quais as ações imediatas necessárias e o que precisaremos adotar. É uma relação de escuta e responsabilização que move as ações, chegando às demandas ocultas de cada usuário para cuidar melhor”, acrescentou.

Cuidado em saúde mental na cidade

Maricá conta com uma rede de serviços para promover a saúde mental da população. Nas 27 Unidades de Saúde da Família (USF), há Equipes Multidisciplinares de Atenção Psicossocial (Emap) para casos moderados, que são divididas por distritos. Além disso, nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), são atendidas pessoas com quadros graves e persistentes por demanda espontânea (livre procura) ou encaminhamento de outros serviços.

No Caps 3, o atendimento multiprofissional é para pessoas de todas as idades com transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, que podem procurar o serviço 24 horas na Rua Clímaco Pereira, 259, no Centro. No Caps Infantojuvenil (Capsi), a assistência psicossocial é voltada às crianças e adolescentes nesse perfil, abrangendo também àquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que são atendidas de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua Eugênia Modesto da Silva, 363, lote 01, quadra H, no Centro.

O município possui ainda o Caps Álcool e Outras Drogas (Caps AD), que disponibiliza acolhimento multiprofissional especializado em transtornos pelo uso de álcool e demais drogas. O equipamento de saúde funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua Eugênia Modesto da Silva, 107, lote 03, quadra K, Centro. Lembrando que, em casos de crises ligadas à saúde mental, a retaguarda de referência na cidade é o Hospital Municipal Conde Modesto Leal.

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