Ciamar se prepara para novo ciclo com previsão para setembro
O Centro de Inovação e Aquicultura de Maricá (Ciamar) está se preparando para uma nova fase de produção de camarões. Nesta semana, aconteceu a despesca do tanque berçário do complexo, o último do ciclo que começou em abril e que ainda tinha crustáceos.
O Ciamar é um projeto da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF).
A partir de agora, a equipe prepara a infraestrutura para receber novos camarões, o que deve acontecer na segunda quinzena de setembro. A previsão é que 300 mil larvas façam parte dessa produção, que vai ser a primeira a contar com a participação plena da Fábrica de Rações desde o início do processo.
“O próximo ciclo vai consolidar alguns dos testes preliminares que estamos fazendo ao longo deste ano, tanto na densidade de estocagem, quanto na quantidade de camarões que foram identificadas em nossas análises. A Fábrica de Rações vai poder nos auxiliar para que tenhamos um alimento sempre pronto, de acordo com a qualidade que a gente planejar”, diz o coordenador do Ciamar Khauê Vieira.
“Ao mesmo tempo, precisamos ainda realizar algumas possibilidades de testes que vão ser feitos com esse alimento, em comparação com as rações comerciais, para que possamos ter o desenvolvimento mais completo possível dos camarões”, acrescenta.
Ele explica que a ideia é povoar, em princípio, aproximadamente três tanques: dois com 80 mil larvas de camarão e um com 140 mil.
“Isso é importante para entendermos como as características do sistema podem estar influenciando atualmente a produção. Tivemos muitas mudanças de temperaturas no último ciclo, agora vai existir um pouco mais de estabilidade, que vai nos ajudar a entender melhor o sistema”, garante Khauê.
Processo de despesca
Os camarões coletados nesta semana foram triados, coletados e armazenados para, posteriormente, serem consumidos pela população de Maricá. A despesca do ciclo anterior foi destinada ao restaurante Mauro Alemão, em maio.
Segundo a bióloga Marinha e doutoranda no Ciamar, Juliana Assis, a despesca ocorre da seguinte forma: os camarões são retirados do tanque de despesca por um tubo, que os levam para outro recipiente. A água coletada no local passa por outros processos, que incluem o tanque de decantação, para fazer com que os resíduos sólidos decantem no fundo; e elevação, para elevar o nível de água que segue para a próxima etapa, onde será tratada. Por último, essa água vai para a bacia de retorno.
“A água que foi para a bacia de retorno, depois vai ser reutilizada em nossos tanques novamente, nos futuros camarões que vierem para o nosso cultivo. Essa atitude sustentável vai de acordo com a relação com a natureza e o uso da água, evitando que seja descartado um grande volume no ambiente e colaborando na gestão dos resíduos”, explica Juliana.
Clicar no link ao lado para ter acesso às fotos: https://flic.kr/s/aHBqjBDqN1