Convergência de estratégias entre Maricá e Banco da Amazônia marcam painel na COP-28 sobre títulos ambientais
A cidade de Maricá, o Banco da Amazônia e Estados da Amazônia participaram na COP-28, em Dubai, de um painel para incentivar e fazer crescer o mercado de títulos ambientais. Por esse mercado, empresas e pessoas investem na conservação da natureza e recebem retornos como o Selo Verde, que abre portas para mais contratos e consumidores, por exemplo.
A Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) está na Conferência da ONU sobre Mudança do Clima divulgando e promovendo a Plataforma Mumbuca Verde, que tem foco justamente nesses títulos ambientais. Trata-se de uma parceria com Govtech Tesouro Verde, pertencente à greentech BMV Global. A BMV também está na COP-28.
O presidente do Banco da Amazônia, Luiz Lessa, ressaltou que o conceito desenvolvido em Maricá converge com a estratégia do banco de desenvolver o mercado de ativos ambientais. “É exatamente o que a gente quer fazer”, disse, durante o painel “Títulos Sustentáveis: Uma Alternativa de Financiamento para a Preservação”, organizado pelo Banco da Amazônia, em conjunto com o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal.
“Uma vez que esse processo esteja com confiabilidade e seja auditável, a gente quer usar o instrumento da UCS (Unidade de Crédito de Sustentabilidade) para que nossos empréstimos acabem saindo com carbono zero, com sustentabilidade”, afirmou Lessa.
Remuneração
O presidente da Codemar, Hamilton Lacerda, disse que a ideia de Maricá é ampliar cada vez mais a experiência da Plataforma Mumbuca Verde.
A ampliação da ferramenta, acrescentou Lacerda, não é apenas para interagir com as empresas, “mas também para possibilitar que aquela família de trabalhadores rurais que tem uma nascente de água, uma área de preservação dentro de sua propriedade, possa ser englobada dentro dos nossos ativos. E depois ser remunerada por isso”.
Cada ativo comercializado representa a conservação de uma determinada área de mata nativa. Em Maricá, já são mais de 530 hectares preservados pela ferramenta.
UCS
As UCS são ativos ambientais. Elas englobam 27 serviços ecossistêmicos, isto é, os benefícios proporcionados pela floresta preservada, decorrentes da conservação de sua biodiversidade. Dessa forma, as UCS contabilizam elementos como o estoque de carbono e os impactos positivos da preservação da fauna, flora, nascentes e fluxo hidrológico, entre outros.
Também participaram do painel o secretário Executivo do Consórcio da Amazônia Legal, Marcello Brito, a superintendente de Políticas de Manejo da Secretaria de Meio Ambiente do Tocantins, Marli Terezinha, e o deputado federal pelo Amazonas Sidney Leite.