Maricá e pesquisadores discutem aplicação de metodologia inovadora para avaliação do fluxo de moedas sociais

Projeto reúne gestores municipais e docentes das universidades de Glasgow (Escócia), Federal do Rio Grande do Norte e Fundação Getúlio Vargas, além do Instituto E-Dinheiro

 

Um estudo piloto interdisciplinar sobre Programas de Transferência de Renda que usam moedas locais e sua contribuição para as agendas de clima e desenvolvimento econômico no Brasil, foi tema do workshop do “CityCashTransfer” realizado nessa terça-feira (01/07), no Galpão Tecnológico, em Inoã. O projeto está reunindo docentes da Universidade de Glasgow (Escócia) em conjunto com especialistas de universidades brasileiras, como a Fundação Getúlio Vargas e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, além do Instituto E-Dinheiro.

 

A ideia é viabilizar a assinatura de um acordo de cooperação técnica entre a Prefeitura de Maricá e essas instituições de ensino, para a execução de um plano de pesquisa no município, com metodologia inovadora para mapear e avaliar o fluxo de moedas sociais digitais no território urbano. O projeto vai analisar ainda seus efeitos em desigualdades urbanas socioespaciais, abrangendo variáveis ambientais, socioeconômicas e relacionadas ao clima e à saúde.

 

A Prefeitura de Maricá foi representada na reunião por integrantes das secretarias de Economia Solidária e de Ciência, Tecnologia e Formação, Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), Centro de Operações de Maricá (Comar) e do Instituto Municipal de Informação e Pesquisa Darcy Ribeiro (IDR).

 

De acordo com o cronograma, o estudo será concluído em março de 2024. Até lá, serão realizados mais workshops sendo um deles na cidade de Glasgow, em dezembro.

 

O professor João Porto de Albuquerque Pela, da instituição da capital escocesa, abriu a roda de conversa explicando o projeto, seguido por Eduardo Diniz (da FGV) e Jarvis Campos (UFRN).

 

O diretor de Informação e Pesquisa do IDR, Diego Maggi, explica que Maricá teve um crescimento econômico inversamente proporcional ao do país nos últimos anos e isso é fruto do advento da moeda social.

 

“A cidade cresceu contrariando o contexto nacional e, pelo que pesquisamos, não há explicação para isso que não passe pela Mumbuca. Nos próximos meses, teremos o relatório do Censo da Cidadania que vai comprovar essa tese”, antecipou Maggi.

 

Já a secretária de Ciência, Tecnologia e Formação, Adriana Costa, reforçou a vocação da cidade no desenvolvimento de políticas públicas de cunho popular.

 

“Somos um governo que olha pelo povo, e foi um tipo de voluntariado político que nos trouxe até aqui. Desde o dia em que os governos progressistas começaram na cidade até o nível que atingimos, o pensamento sempre foi este”, defendeu ela.

 

Na avaliação do secretário de Economia Solidária, Adalton Mendonça, há grande curiosidade de autoridades e da mídia de outros países no que diz respeito às políticas públicas do setor em Maricá.

 

“É uma responsabilidade muito grande, porque quanto mais exercemos essas políticas sociais, mais chamamos a atenção do mundo. O importante é que não podemos ter nenhum tipo de vaidade e manter nosso foco lá no Bairro da Amizade, no próprio bairro da Mumbuca e em outros locais em que a população necessita dessa política que, agora, tem projeção nacional e mundial”, ponderou Adalton.



Foto Elsson Campos

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