Descoberta geológica, congresso e Vermelhinho colocam Maricá na vitrine mundial do hidrogênio
A cidade de Maricá entrou para o radar de pesquisadores e investidores nacionais e internacionais do hidrogênio – o combustível do futuro que já tem grande impacto econômico no presente. É algo recente, que ainda começa a ser conhecido, mas já mostra grande potencial. O interesse está sustentado em um tripé que une pesquisa, investimento e recursos naturais.

Um dos pilares – recursos naturais – ganhou relevo no fim de maio, quando foi anunciada a descoberta de uma falha geológica em Maricá onde foi possível identificar jazidas de hidrogênio com capacidades promissoras.

A descoberta foi feita a partir de pequenas sondagens em várias partes da cidade. Em alguns pontos, a emissão de hidrogênio ultrapassou a capacidade de medição do equipamento.

O anúncio foi realizado pelos renomados pesquisadores internacionais Christophe Rigollet, gerente de Geociências da CVA Engineering; Alain Prinzhofer, diretor científico da GEO4U; e Paulo Emílio de Miranda Brasileiro, professor, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio e que já vem realizando outros trabalhos no setor do hidrogênio em Maricá.

O diretor de Indústria e Energia da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), Pedro Mota Di Filippo, explica que os esforços estão concentrados agora em identificar o potencial da falha geológica. A Codemar está à frente desse esforço junto com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Maricá.

“Maricá não economizará esforços para aprofundar e explorar todo o potencial dessa descoberta. Já neste ano iniciaremos um grande PD&I – Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação”, afirma o diretor.

Será esse plano que vai mostrar quanto hidrogênio Maricá tem e indicar as melhores maneiras de explorá-lo.

Congresso

Outro pilar para levar a cidade à vitrine global do hidrogênio foi o investimento para trazer o 3° Congresso Brasileiro do Hidrogênio, no fim de maio, onde foi anunciada a descoberta geológica. O encontro colocou Maricá no centro das discussões sobre o combustível. E abriu caminho para investidores conhecerem o que existe por aqui.

O público esperado era de 1,5 mil pessoas e no máximo 30 expositores. “Ao final do congresso, nos deparamos com números bem maiores que nossas projeções iniciais. Tivemos em torno de 4 mil visitantes, tanto na feira empresarial quanto nas plenárias e sessões. E mais de 40 expositores abrigando órgãos governamentais, associações, universidades e empresas de várias partes do país e do mundo”, afirma Di Filippo.

Vermelhinho

O terceiro pilar – pesquisa – é representado pelo Vermelhinho movido a hidrogênio. Maricá fez, em parceria com a UFRJ, um protótipo de ônibus a hidrogênio, que foi exibido no congresso e num encontro recente na capital do Rio de Janeiro.

Isso faz parte do esforço da cidade de descarbonizar toda a frota municipal até 2038. Ou seja, mostra para o mundo que Maricá está comprometida com o tema.

Além disso, a cidade pode se tornar exportadora da tecnologia de ônibus a hidrogênio, ajudando a construir não apenas um mercado produtor, mas também um mercado consumidor do combustível.

O Vermelhinho a hidrogênio faz parte de uma política pública construída pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, pelo ICTIM e pela Empresa Pública de Transporte.

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