Equipes estão na cidade para registrar programas agroecológicos para o projeto “Diálogos União Europeia-Brasil”

O prefeito Fabiano Horta recebeu nesta terça-feira (11/04) uma comitiva da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares (LUPPA) para conhecer projetos de segurança alimentar do município. O encontro aconteceu no auditório do Banco Mumbuca. Como anfitrião, o prefeito destacou as iniciativas desenvolvidas na cidade como as Praças Agroecológicas de Araçatiba, Guaratiba, Parque Nanci, Itapeba e Marine (São José do Imbassaí); as hortas comunitárias, o Caminhão do Peixe e o Restaurante Municipal Mauro Alemão.

“Quando disseminamos as praças agroecológicas como a perspectiva da cidade, foi para incentivar as pessoas a se reencontrarem com a terra. Quando desenvolvemos o Restaurante Municipal, queremos que a alimentação saudável seja um valor do cotidiano da vida das pessoas. Quando o Caminhão do Peixe leva o pescado, que é algo tão valoroso na nossa região com as nossas lagunas, com valor de custo factível com a vida das pessoas mais pobres, estamos garantindo a segurança alimentar da população”, afirmou. 

As equipes ficarão na cidade até sexta-feira (14/04) para registrar com fotos e vídeos os projetos agroecológicos existentes nas praças, Fazenda Municipal Joaquim Piñero, na Fábrica de Desidratados e no Restaurante Municipal Mauro Alemão para apresentação no projeto Diálogos União Europeia – Brasil: “Cidades e Alimentação: Governança e Boas Práticas para alavancar os Sistemas Alimentares Urbanos Circulares”. 

A coordenadora do projeto LUPPA, Francine Xavier, falou sobre o objetivo do trabalho desempenhado. “A finalidade desse trabalho é fazer um intercâmbio entre experiências de boas práticas de governança e também de boas práticas de condução dos sistemas alimentares circulares. Ou seja, é pensar no descarte dos alimentos desde sua produção ao consumo, para que possamos ter o maior aproveitamento possível. E o que não conseguirmos aproveitar para o consumo, que a gente consiga devolver para a terra por meio de compostagem”, disse.

A Secretária de Agricultura, Pecuária e Pesca, Mariana Príncipe, expôs a alegria em ter Maricá participando do projeto. “É um projeto que vamos trocar muitas ideias, ter aprendizado de cidades internacionais, além de criarmos e expandirmos novos projetos para que a população de Maricá possa ter uma alimentação saudável e sem agrotóxicos”, declarou.

Projeto da União Europeia em parceria com a Embrapa

A iniciativa, com reuniões virtuais, iniciou em janeiro. Pelo Brasil, participam as cidades de Maricá (RJ), Santarém (PA), Rio Branco (AC), Curitiba (PR), Recife (PE). Já os representantes da Europa são Bruxelas e Gante (Bélgica), Valencia (Espanha), Turim (Itália) e Montpellier (França). Em junho, está previsto um encontro na Europa com os municípios escolhidos, e em agosto será apresentado o resultado final desse projeto, que é desenvolvido pela Delegação da União Europeia no Brasil, em parceria com a Embrapa, com apoio do Instituto Comida do Amanhã, da organização não-governamental Governos Locais para a Sustentabilidade – ICLEI América do Sul e a ONG WWF-Brasil.

O município se tornou referência mundial em agroecologia e agricultura urbana com as recentes participações em eventos internacionais, como o 8º Fórum Global do Pacto de Política Alimentar Urbana de Milão, realizado em outubro de 2022 no Rio de Janeiro, e a Conferência da ONU de Mudanças Climáticas, a COP27, que ocorreu em novembro, no Egito. O programa de cooperação reúne diferentes governos para trocar experiências sobre os desafios encontrados na estruturação de políticas públicas voltadas para sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis, por meio de workshops, mesas-redondas, desafios e diálogos imersivos.

Maricá é a capital dos jardins comestíveis

O projeto de jardins comestíveis — encontrados na Fazenda Municipal Pública, em praças agroecológicas de Araçatiba, Guaratiba, Parque Nanci, Itapeba e Marine (São José do Imbassaí) e nas hortas urbanas vizinhas ao asfalto – tornaram o município uma referência em segurança alimentar. Nesses locais são produzidos alimentos sem agrotóxicos e que podem ser colhidos de graça por moradores e turistas.

Além disso, Maricá aplica um viés educativo: os moradores ganham sementes, adubos e têm aulas sobre como cultivar diferentes produtos e garantir os alimentos em sua própria casa nas edições do projeto Sábado Agroecológico, que acontece todo primeiro sábado do mês.

Fotos:  Elsson Campos