Prefeitura debate saúde da população negra no conjunto habitacional Carlos Marighella em Itaipuaçu
Ação integra a IV Semana dos Direitos Humanos e reuniu cerca de 120 pessoas em roda de conversa
A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher, em parceria com a Coordenadoria de Igualdade Racial, debateu nesta quinta-feira (08/12) a saúde da população negra no conjunto habitacional Carlos Marighella, popularmente conhecido como Minha Casa Minha Vida de Itaipuaçu. A ação faz parte da IV Semana dos Direitos Humanos, que acontece até sábado (10/12) e destaca diversas ações com foco no desenvolvimento da dignidade e da preservação de direitos de categorias historicamente vulneráveis, como a população negra, indígena e a comunidade LGBTQIA+.
O evento contou com a participação de cerca de 120 pessoas e trouxe a saúde da população negra, bem como a luta pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) como parte do debate social. A coordenadora de Igualdade Racial, Valesca Souza, destacou a necessidade de divulgar o tema, que já vem sendo discutido pela coordenadoria ao longo do ano.
“Precisamos sair do final da fila, porque temos urgência. A população negra precisa se tornar prioridade da prioridade. Esse é um tema que já está sendo debatido na coordenadoria e hoje estamos tendo a oportunidade de debater junto com a população do Minha Casa Minha Vida e mostrarmos a importância dessa discussão, além de informar e mostrar os lugares específicos que podem se cuidar”, destacou Valesca.
O psicólogo Tito Lima, ressaltou a necessidade de difusão de práticas de saúde específicas para a população negra, por apresentar maior índice de vulnerabilidade social e econômica por fatores históricos e culturais. “Hoje é dia para marcar o que representa a saúde entre todas as políticas de reparação desta população, mas não podemos esquecer que saúde da população negra é todos os dias e que racismo acontece todos os dias”, explicou.
A assistente social, Shenya Silva, explicou a necessidade de compreensão do aprofundamento da saúde da população negra. “É a maior parte da população que vive à margem de bens e serviços, moradia e saneamento básico. É a camada populacional com necessidade de cuidados. Somos herdeiros de povos sábios e de muita capacidade de cuidar dos corpos e da saúde, sabemos da vulnerabilidade do povo negro e por isso temos que trazer à tona os seus direitos e a saúde é direito de todos”, completou.
O evento ainda reuniu diversas atividades como distribuição de pipoca, algodão doce, pula-pula, vacinação, saúde bucal e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, além de impressão 3D.
Fotos: Marcos Fabrício