Bolsonarismo vibra com a fome e, acima de tudo, desconhece a cultura brasileira, diz Boulos

Wanger Moura é atacado por Eduardo Bolsonaro após comer quentinha com camarão

Wagner Moura entrou para os Trend Topics do Twitter neste fim de semana pelo simples fato de ter comido uma quentinha em uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST) durante a exibição do filme “Marighella”, dirigido por ele.

No evento, foram servidos quitutes tipicamente baianos, como vatapá e acarajé.

A foto, publicada por Guilherme Boulos (PSOL), foi criticada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que atacaram o movimento e o “comunismo” porque o prato continha camarão, o que foi considerado inadmissível por muitas pessoas.

“A quentinha com camarão foi só para ele ou foi para toda a galera? Esse é o MTST de camarão do Leblon”, ironizou um usuário da rede social.

“Uns comem pastel e outros, quentinha gourmet. Esquerda camarão”, disparou outro. “Completamente descolados da realidade”, reclamou um terceiro.

Outros internautas, no entanto, rebateram os comentários preconceituosos.

“O povo falando do camarão: parem de olhar só para seu umbigo e achar que sua realidade é a mesma no país inteiro. Em boa parte do nordeste o camarão seco e com casca é mais barato que outras carnes”, alegou uma usuária da plataforma.

“Estou descobrindo pelos comentários que pobre não pode se mobilizar para fazer uma quentinha gostosa – em um evento, inclusive. Pelo jeito, se não estiver comendo farinha com água está errado”, argumentou outro.

Boulos também comentou a discussão agressiva que a publicação gerou e refletiu:

“Direitistas raivosos com a foto do Wagner Moura comendo acarajé no prato na ocupação do MTST mostra que o bolsonarismo vibra com a fome e, acima de tudo, desconhece a cultura brasileira”.

Vale lembrar, que aqui em Maricá mesmo, o kg do camarão custa R$ 16,99 em algumas peixarias, bem mais barato que a carne que esta na casa dos R$ 22 o kg do acém.

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