Maricá inicia reparo das estacas pranchas da orla Maricaense
Parte das primeiras estacas-prancha instaladas pela Prefeitura na região litorânea de Maricá foi danificada durante o fim de semana, em razão da forte ressaca que atingiu a orla da cidade e cujas ondas chegaram a 5 metros de altura. O trecho atingido fica entre as ruas 64 e 66, em Cordeirinho, e teve algumas peças retiradas numa extensão de 150 metros, de um total de 712 metros (o restante permanece intacto).
Cada placa metálica tem 12 metros de comprimento e o material vem sendo utilizado desde 2019 na revitalização da orla de Itaipuaçu, onde ajudou a acabar com um histórico de danos causados por ressacas.
Técnicos da autarquia de Serviços de Obras de Maricá (Somar) estiveram no ponto atingido pela força da ressaca nesta terça-feira (03/08), onde avaliaram que o prejuízo poderia ter sido ainda maior sem a presença das estacas-prancha.
O diretor operacional de obras indiretas da Somar, Gustavo Camacho, explicou que o dano nas placas ocorreu porque a obra ainda está em andamento no local. O processo de implantação das estacas é feito em dois estágios. No caso do local afetado, o estaqueamento ainda estava no primeiro estágio e, por isso, as peças estavam visíveis acima da areia. A previsão é a de que os reparos sejam iniciados tão logo o mar esteja novamente em seu nível normal, o que está previsto para ocorrer entre o fim desta semana e o início da próxima.
“É preciso que a faixa de areia seja restaurada, para possibilitar o posicionamento do maquinário que vai retirar as placas. Só então poderemos recuperar cada uma das peças danificadas”, projetou Camacho, ressaltando que, desta forma, fica protelada a conclusão da intervenção. “Não tínhamos um prazo estipulado para finalizar, até porque se trata de uma obra costeira sempre sujeita a fatores como o tempo e as condições do mar, sobre os quais não temos controle. A natureza é quem vai ditar o ritmo de trabalho”, afirmou. “O dano que tivemos ficou na casa de 3% do total de estacas instaladas nesse local, dada a ressaca que foi muito mais forte do que nós esperávamos. Vamos também avaliar uma forma de instalação onde seus efeitos sejam ainda mais minimizados”, disse o diretor.
Ao todo, a Prefeitura adquiriu 4 mil toneladas de estacas (ou 4,3 milhões de quilos) – cujo preço é calculado não pela unidade, mas pelo peso total do montante. Cada quilo das placas metálicas custou pouco mais de R$ 13. A peça individual pesa, segundo os técnicos, 475 quilos. Além de Itaipuaçu e Cordeirinho, as estacas-prancha foram instaladas também às margens do canal de Bambuí, sendo uma técnica consagrada de controle e estabilidade de taludes costeiros. Já foram implantados 4.900 metros de estacas (mais de 8.100 peças), cada uma com 60 cm de largura. O material usado nas estacas, o aço naval, tem uma aparência de ferrugem, mas isso é uma característica física, sendo a camada externa uma proteção ao ataque da corrosão.
Fotos: Marcos Fabricio