Praia de Botafogo: ações no sistema de esgotamento sanitário geram impacto positivo

Águas do Rio já retirou 600 toneladas de resíduos de tubulação que corta bairros da zona sul e melhora a eficiência do sistema. Limpeza continua pelos próximos meses 

 

A Praia de Botafogo, na Zona Sul do Rio, está própria para banho. O que para muitos seria impensável é uma realidade, segundo o último relatório de balneabilidade das praias do Rio, divulgado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O órgão estadual destaca dois motivos para esse impacto positivo na praia de Botafogo: a ausência de chuvas e as melhorias que vem sendo realizadas no sistema de esgoto. Essa opinião é compartilhada pelo biólogo Mário Moscatelli. 

 

“Além das condições climáticas, destacaria algo que foi observado no dia 16 de junho, quando as águas em plena maré baixa, estavam cristalinas. Isso ocorreu porque os despejos de esgoto que ocorriam na foz dos rios Banana Podre e Berquó haviam sido de alguma forma neutralizados”, disse Moscatelli. “A partir de momento que trabalhos sérios se desenvolvam no sistema de saneamento da Região Metropolitana do Rio, trechos da Baía de Guanabara, historicamente degradados, vão começar a mostrar a recuperação assim desejada há décadas. Não há mistério, nem mágica, é simplesmente trabalho sério”, concluiu. 

 

Desde o dia 1º de novembro, quando assumiu o saneamento básico em 27 cidades do estado, incluindo as zonas Sul e Norte da capital, além do Centro, a Águas do Rio vem resgatando a capacidade dos sistemas existentes. Um exemplo foi a limpeza do Interceptor Oceânico no trecho em que passa pelos bairros de Botafogo e Flamengo, onde foram retiradas 600 toneladas de resíduos. Com o sistema funcionando com níveis mais baixos, é possível receber mais efluentes e direcioná-los para o emissário submarino, reduzindo problemas de extravasamentos. E isto tem impacto direto nos rios Banana Podre e Berquó, que correm em direção à enseada de Botafogo. 

 

Em recente entrevista, o presidente do Inea, Philipe Campello, destacou que a Águas do Rio, “já está fazendo um trabalho forte de desassoreamento do Interceptor Oceânico e vem fechando as ligações irregulares”. 


Veja como funciona a limpeza do interceptor: https://www.instagram.com/tv/Cfe-BnHjVCF/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

 

Patinetes elétricos e vaso sanitário 
são retirados de galeria de Botafogo 

 

Na semana passada, os técnicos da Águas do Rio retiraram dois patinetes elétricos e um vaso sanitário de dentro da tubulação que desvia os detritos que vêm pelos rios de Botafogo em direção à enseada. A recuperação destes ativos e a frequente manutenção que vem sendo realizada no local têm garantido o pleno funcionamento dos equipamentos. 

 

“O nosso grande objetivo é que momentos como este, com a balneabilidade da Praia de Botafogo, sejam cada vez mais frequentes até se tornarem perenes. Para isso, estamos trabalhando diariamente para recuperar as estruturas existentes, gerando resultados importantes para a recuperação de córregos, rios e da Baía de Guanabara. Investiremos R$ 2,7 bilhões em 5 anos. Vamos afastar o lançamento de esgoto, mas precisamos do engajamento de toda a sociedade para o impacto ser ainda maior. É necessário, por exemplo, mudar alguns hábitos de descarte lixo e contribuir para que o sistema de saneamento básico funcione, certificando-se de que seu esgoto está ligado de forma regular, não comprando água de carros pipa de origem duvidosa e mantendo seu cadastro atualizado”, enumerou o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini. 

 

Estação é criada para evitar que o 
esgoto vá para as praias do Flamengo e Botafogo 

 

A concessionária também implantou uma estação elevatória de esgoto – unidade de bombeamento – na Praça do Índio, no Flamengo, que desvia para o interceptor oceânico aproximadamente 50 litros por segundo de esgoto que ia para a Baía de Guanabara, em um trecho entre as praias do Flamengo e de Botafogo. Essa mesma tubulação, por estar livre de 600 toneladas de sujeira, agora também recebe as contribuições do Rio Carioca, que está sendo desviado de seu leito normal para evitar que aproximadamente 180 litros por segundo de água com contribuições ilegais de esgoto sejam despejados diretamente na Baía. A meta é acabar com os despejos irregulares e que o rio volte a desaguar, limpo, na baía. 

  

4 toneladas retiradas em limpeza 
feita em polo gastronômico de Botafogo 

  

No fim de junho, a empresa realizou a limpeza da rede de esgoto de um dos polos gastronômicos de Botafogo e retirou quase 4 toneladas de dejetos. A ação desobstruiu o sistema local e isto faz com que o esgoto não vaze, indo para rios ou galerias de água de chuva que correm em direção à Praia de Botafogo. 

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